“Educação numa perspectiva de desenvolvimento sustentável com inclusão social”
postado por Paulo Fernando em Educação, Paulista
Falar de educação, sem ser educador é um risco, mas é uma obrigação para aqueles, que como eu, escolheu a vida pública para exercer o seu ofício, portanto, procurarei abordar a assunto sob a ótica do gestor público, que necessariamente precisa ter uma visão multidimensional, com posicionamentos claros e abertura para receber a contribuição daqueles que fazem da educação, do ensino, o seu ofício de vida e por isso mesmo merecem ser alvo da atenção nas suas opiniões e visão crítica.
Em primeiro lugar é preciso ter como premissa que estamos diante de um “mundo novo” com diversos canais de comunicação, com um novo padrão de motivação a ser desenvolvido na relação educador x educando, temos uma nova realidade a ser trabalhada com o propósito de fazer do ambiente escolar um ambiente motivado, sintonizado com esse “mundo novo” e isso significa criar as condições materiais na infra estrutura daquele ambiente para permitir acesso a todas as ferramentas que as novas tecnologias de informações dispõem e que são carregadas de interatividade, mas isso é logística, suporte, não é a educação propriamente.
Entendo que “EDUCAÇÃO NUMA PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM INCLUSÃO SOCIAL”, conceitualmente, se expressa quando a pedagogia se encontra com as diferenças, isto é, quando as trocas de conhecimentos do educador com o educando e vice-versa se processam num ambiente de compreensão e tolerância amplo, democrático e aberto às diversas formas que a sociedade se expressa no seu dia a dia.
No desafio da sustentabilidade há uma importante premissa, precisamos trabalhar a formação de um “cidadão novo” para aquele “mundo novo” que a pouco me referi. Como fazê-lo? Procurando trabalhar a consciência coletiva da sociedade, procurando sensibilizar cada um e cada uma para o seu papel individual e coletivo para reproduzir um mundo mais solidário e integrado, que se auto sustente nas rotinas de cada pessoa e que termine por gerar um círculo virtuoso de responsabilidade social.
Claramente entendo que na sala de aula o conteúdo pedagógico tem que se comunicar com a realidade dos alunos e alunas, professores e professoras, assim é que, por exemplo, o conteúdo de geografia precisa dialogar com a realidade dos morros e alagados das periferias das cidades, as pessoas precisam se enxergar nas questões que envolvem o ensino aprendizado, de modo que o contato com a sala de aula expresse preocupações com a realidade que o cerca e aponte caminhos, alternativas e sobre tudo ajude-os a desenvolver uma visão própria dessa realidade e conquiste-o para um papel proativo no desafio de vencer as dificuldades individuais e coletivas. Assim a conquista do “lugar de cada um na sociedade” é conseqüência da formação de um cidadão com visão ampla e compartilhada do seu papel naquela sociedade e aí o emprego, o trabalho, de que todos precisam, ou melhor a conquista de sua renda, seja como trabalhador ou empreendedor é uma conseqüência das atividades sociais de cada um e não o contrário, e não o cidadão “preso” a uma angústia de buscar desesperadamente o seu “ganha pão” numa luta de “salve-se quem puder”, mas sim as conquistas decorrentes do que a pedagogia da sustentabilidade forjou, um cidadão que terá consciência que sempre se esforçará para fazer o melhor possível, para contribuir para a construção de uma sociedade que se respeita e se valoriza.
Por fim, considerando que “não há nada que você saiba que não tenha aprendido com alguém”, quero dizer que a melhor forma de chegarmos a uma sociedade sustentável é ter a consciência que somos todos professores e professoras, alunos e alunas, com muito a ensinar e aprender.
Texto de referência da fala do Engenheiro Jorge Carreiro para dirigentes e educadores da rede municipal de educação do Paulista.
Fonte: informepe.com
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